Um momento histórico
Depois que os Siegel e Shuster criaram o Super-Homem, em 1933, e decidiram que a outra identidade do super-herói seria o repórter Clark Kent, ficou difícil tirar dessa profissão o estigma da aventura, da defesa do cidadão e da sociedade. Na vida real, essa imagem tem um pouco de verdade. O jornalista é, certamente, um agente social importante, pois seu trabalho inclui a investigação de fatos com forte efeito na vida das pessoas e do país (quem não se lembra do caso Collor?). Na maior parte do tempo, porém, esse é um profissional assalariado, sujeito a horários, desemprego, rotinas estafantes e trabalhos nem sempre emocionantes ou heróicos.
O lado romântico da profissão geralmente se restringe ao início da carreira. Quando começa como repórter, o jornalista vive na rua, fala com muita gente, conhece diversos assuntos ou pode se aprofundar em um deles. Hoje é muito forte a tendência de o jornalista se tornar especializado em uma área (política, artes, esportes etc.), até porque essa é uma forma de obter salários melhores. À medida que sobe de posto, para editor ou chefe de redação, o jornalista faz mais trabalhos internos, de redação e edição de textos, e grandes – porém menos freqüentes – reportagens especiais. Mas evoluir na profissão não significa necessariamente passar de uma função à outra. Há muitos repórteres que alcançam status e altos salários justamente porque exercem com competência essa função.
Um bom jornalista deve ter uma sólida base cultural e humanitária e deve gostar de se comunicar, ser curioso, não ter vergonha de perguntar e estar sempre disposto a batalhar por uma informação – mesmo que isso custe um fim de semana ou um feriado. Mas é bom ter plena consciência de duas verdades: se, por um lado, o jornalista tem uma grande responsabilidade para com a sociedade, também irá se deparar, muitas vezes, com patrões que vão conduzir e determinar a forma de publicação dos fatos por ele apurados.
Fora das redações de jornais e revistas, um campo de atuação com muitas oportunidades de trabalho são as assessorias de imprensa. Os jornalistas que atuam nessa área trabalham assessorando as empresas e órgãos governamentais a se comunicar com os veículos de comunicação. Seu principal trabalho é produzir textos sobre os fatos que envolvem a empresa (releases) e auxiliar os jornalistas nas entrevistas com os especialistas ou executivos da empresa.
Desde o ano passado, o mercado de jornalismo está vivendo um momento histórico, com a explosão dos portais da internet. Foram criadas redações para produzir conteúdos para os sites e os próprios veículos de comunicação convencionais (jornais, revistas, rádios e TVs) criaram redações paralelas, para a internet. O mercado quase dobrou de tamanho. “Desde que foram criadas as revistas Veja e Realidade e o Jornal da Tarde, nos anos 60, o mercado nunca esteve tão bom”, constata Frederico Ghedini, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo. Vale ressaltar que essa movimentação aconteceu principalmente nos grandes centros urbanos, com destaque para a cidade de São Paulo.
O trabalho autônomo é uma tradição no jornalismo. Muitos profissionais vivem como free-lancers, fazendo trabalhos esporádicos ou até permanentes para a mesma empresa, embora sem vínculo empregatício. Essa é uma das formas mais comuns de se começar na profissão, praticar e aprender, antes de ser convidado a ocupar um posto com carteira assinada. O piso salarial da profissão, em São Paulo, é de R$ 1,3 mil para sete horas de trabalho.
Duração média do curso: quatro anos.
Espelho profissional
sábado, 15 de março de 2008
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Um comentário:
Sasá,
O jornalismo é realmente uma profissão romântica.
Ganha-se pouco, arrisca-se, mas vale a aventura.
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