Espelho profissional

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Domingos Meirelles

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Um Futuro Sem Crise?

A 18ª Semana de Imprensa levou para o auditório Alair Ferreira, na Faculdade de Odontologia de Campos, na noite da última terça-feira, professores e jornalistas a debater o tema “Jornalismo Campista em Tempos de Crise”.
O evento foi promovido pelo curso de Comunicação Social, da Faculdade de Filosofia de Campos, tendo como intuito discutir a atual situação da imprensa.
“A verdade e a liberdade depende da cultura que nos foi passada, porém, não sabemos se ela é realmente verdadeira”, alerta o polêmico jornalista Avelino Ferreira aos atuais e futuros profissionais da área.
A jornalista Jacqueline Deolindo citou que está respondendo a um processo em função de ter publicado uma matéria dita “precoce campanha eleitoral”, o que confirma a afirmação de Avelino. Vemos o que nossa cultura nos permite enxergar.
— Vivemos em uma democracia ideológica, segundo a constituição, temos a liberdade de expressão, porém não é possível alcançar a verdade de maneira individual, antes ela tem que ser aprovada por um grupo, por isso a sociedade nunca saberá a verdade e também não alcançará o conhecimento — justifica Jacqueline.
Esta questão levou o debate para o lado da ética na profissão. Vitor Menezes, também professor de jornalismo, ressaltou o esquecimento do código de ética. “Ele deveria estar mais presente nas redações” disse, enfatizando que esta é uma das causas da crise do jornalismo campista.
Por outro lado, o mestre e presidente da Associação da Imprensa Campista, Orávio de Campos, acredita que esta crise pode ser vista como algo positivo. “Ela indica reformulação, faz crescer, forma novos jornalistas para um novo jornalismo. Porque o melhor jornalismo é aquele que vamos construir” defende Orávio.
Com um início tímido, o debate ganhou voz quando Avelino Ferreira começou a relembrar dificuldades que enfrentou por sempre falar o que pensa, independente da linha editorial do veículo onde trabalhava.
Seguiu aquecido com as inúmeras “aventuras” — nem sempre bem sucedidas — que os debatedores relataram, um foi preso, outro responde processo criminal e a outra, ainda novata no “clube dos processados”, administrativo.
Os alunos se encorajaram diante do que ouviram e também se manifestaram através de perguntas. Esta troca de informação estreitou as relações entre emissor e receptor, fato que fez valer a pena a noite do evento e alcançar o objetivo pretendido com o tema abordado: Futuros profissionais mais atentos e quem sabe não colaboradores da crise daqui pra frente!

Paula, Manuela e Sabrina.

4 comentários:

Anônimo disse...

Será que nós futuros jornalistasteremos um futuro sem crise?
Essa é a pergunta que me faço sempre...
A profissão de jornalista é linda mas o campo para atuar é muito restrito.
Até quando seremos desvalorizados?
abraço.
Fernada Marins

Anônimo disse...

Embora muita crise esteja inserida em contextos mais amplos e que, muitas vezez, não dependem de nós, é certo que vai depender de cada um superar a crise e, quem sabe, contribuir para que a crise, também a social, a profissional... deixe de existir.
Cada um tem um papel na história que não vai ser exercido por mais ninguém.
O meu também pode ser importante, se não hoje, talvez amanhã.
Antonio

Matheus disse...

Concordo com o que disse a Jaqueline, nós temos direito de expressão segundo a constituição, o que seria de um jornalista sem sua expressão? É bom ver que há debates como esse para para troca de conhecimento entre mestres e aprendizes. O texto com uma informação direta e certa.
Matheus Mello Leitte

Andral Filho disse...

A discussão, mais do que útil e pertinente, é muito importante e extrapola os muros do jornalismo. A sociedade precisa decidir em favor do jornalismo que a proteja e favoreça e isso significa a luta pela liberdade de imprensa, sem os temores e sobressaltos causados por intervenções judiciais exageradas ou descabidas.

Debate "Crise no Jonalismo"